Um trabalhador rural no Piauí possui o menor rendimento médio mensal. O valor arrecadado chega a R$459, segundo o Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). É o menor valor do país, apontam os números do primeiro trimestre de 2021.
Esse cenário revela uma disparidade comparada aos outros estados brasileiros. No Mato Grosso do Sul, onde possui o maior rendimento, o ganho chega a R$ 3.582 – número sete vezes maior que o registrado no Piauí. Os números contrastam com o potencial agroeconômico do estado, que é líder no setor, sobretudo nas lavouras de grãos e cereais.
O Piauí também ficou em último lugar na agropecuária. Os trabalhadores dessa área tiveram uma média de R$636 mensais. O Rio Grande do Sul se manteve no topo do ranking, com R$ 3.512 por trabalhador. O rendimento médio gaúcho supera cinco vezes o ganho dos piauienses.
Ao todo, quase 8,7 milhões de brasileiros trabalham com agropecuária no país. O número é maior que antes da pandemia, quando a média chegava a 8,3 milhões. Cerca de 60% desses trabalhadores estão atuando por conta própria, sem carteira assinada e longe da dos direitos trabalhistas.
De acordo com o último Censo Agropecuário, divulgado em 2017, cerca de 18,7% dos estabelecimentos localizados no campo são governados por mulheres. Apesar de cuidarem da casa e das plantações em uma dupla jornada, grande parte dos esforços femininos são invisibilizados. Entre 2006 e 2017, o número de mulheres aumentou dentro dos estabelecimentos agropecuários, mas o quantitativo segue minúsculo: 91,3% em cooperativas são homens, enquanto 8,7% são ocupados por elas.
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