O retorno das aulas presenciais ainda causa divergências entre gestores e professores da rede municipal de ensino em Teresina. No mês de agosto, a Secretaria Municipal de Educação (Semec) informou que o retorno presencial na rede pública aconteceria no dia 4, mas logo após houve um adiamento para o dia 14 – mesmo assim, o retorno não ocorreu. A justificativa dada pela SEMEC para o adiamento foi a necessidade de adequação, por parte das instituições de ensino, aos protocolos sanitários de contenção da Covid-19.
De acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina (Sindserm), o posicionamento é que os trabalhadores em educação permaneçam apenas em atividade remota até que haja condições sanitárias para o retorno presencial. “A categoria está receosa com a variante Delta”, explica o presidente do sindicato, Sinésio Soares. “Queremos segurança para o retorno e a testagem de todos”.
O secretário municipal de educação, Nouga Cardoso, disse que entende as reivindicações da categoria, mas lembra que a questão da testagem para garantir o retorno das aulas presenciais é bastante relativa, uma vez que não reduz totalmente os riscos de contaminação. “Se eu faço um teste de Covid hoje, não sei se amanhã, quando for dar aula, vou estar ou não contaminado”, relata.
A recomendação é que, se os pais, a criança, o professor ou o assessor da escola apresentarem sintomas como febre e outros indícios da doença, evite ir para a instituição. Se pessoas contaminadas acidentalmente circularem pela escola, os ambientes por onde ela passou devem ser higienizados por completo, garantindo a segurança no ambiente escolar.
O secretário afirmou que o retorno foi marcado para o dia 20 de setembro – data em que completa o ciclo de imunização de professores e servidores da educação. “Queremos retornar em todos os níveis de ensino em formato híbrido, com raríssimas exceções”, pontuou.
Escolas estaduais
As aulas presenciais na rede pública de ensino do Piauí estão voltando gradativamente nas escolas de Teresina e do interior do estado. De acordo com a Secretária de Educação (SEDUC), em todo o Piauí, 613 escolas estão com aulas no sistema híbrido/remoto; 489 unidades totalmente híbrido e 124 escolas ofertando aulas de forma remota.
Uma das escolas que ainda não iniciou o formato híbrido é a Unidade Escolar Nair Gonçalves, localizada na Zona Sul de Teresina. A diretora, Jesus Melão, explica que o motivo do não-retorno é a falta de servidores para serviços gerais e a sequência de furtos dos quais a escola foi vítima no período de paralisação das atividades. “Estamos esperando recursos para organizar os protocolos de segurança”, disse a diretora. “Mas os pais querem muito que o retorno aconteça”.
O retorno presencial é opcional, ou seja, apenas para os estudantes que tiverem autorização dos pais ou responsáveis. As escolas que aderiram a este modelo funcionam em apenas um turno, com limite de 50% da capacidade de atendimento de cada unidade – sem risco de aglomerações.
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