A caravana “Lula pelo Piauí” desembarcou por volta do meio-dia de hoje (03) no aeroporto Petrônio Portela em Teresina. Com forte esquema de segurança – cerca de 15 policiais militares e a presença do Corpo de Bombeiros – o candidato do PT à presidência da república foi recepcionado por autoridades políticas locais e seguiu em carro blindado direto para o hotel.
É a primeira visita de Lula ao Piauí desde a oficialização da sua candidatura. Na capital do estado, cujo município de Guaribas foi marco do programa Fome Zero, uma grande estrutura de evento foi preparada para o ato do ‘Time do Povo”, que tem Rafael Fonteles e Wellington Dias como candidatos ao governo do estado e ao senado, respectivamente.
Na arena do Cidade Folia, localizado na Avenida Presidente Kennedy (próximo ao Zoobotânico), uma multidão se concentrava desde às 15h. No palco, além de Lula também estavam Regina Sousa (PT), governadora do Piauí, Carlos Brandão (PSB), governador do Maranhão, os senadores Randolfe Rodrigues (Rede) e Marcelo Castro (MDB), Themístocles Filho (MDB), candidato a vice-governador, além de Dias, Rafael e suas esposas.
Apesar da multidão – a estimativa era a presença de 40 mil pessoas – o esquema para entrada no local foi organizado. Visando a segurança, bolsas e mochilas eram revistadas e não era permitida a entrada de alimentos. Havia freezes espalhados pela área e distribuição de água para o público.
Randolfe foi o primeiro a falar e destacou a importância histórica do Piauí – os vestígios do primeiro homem a pisar em solo americano, na Serra da Capivara. Também fez uma analogia da Batalha do Jenipapo – um dos capítulos mais importantes da Independência do Brasil – com a batalha que o candidato do PT enfrentará nas urnas, em outubro. “O Brasil se fez nação não pela força das elites, mas pela luta do povo desta terra”, declarou sob aplausos.
A governadora Regina Sousa cobrou estar na pauta de campanha a regularização de terras e a insegurança alimentar. Ela também criticou a apropriação das cores e da bandeira do Brasil pelo bolsonarismo. “Não podemos embarcar nesse patriotismo de araque”, condenou. “Patriotismo não é vestir uma camisa verde e amarela e andar com uma arma no bolso”.
O ex-governador Wellington Dias chamou ao palco o coordenador do Fome Zero, Graziano da Silva, programa de governo que tirou o Piauí do Mapa da Fome, em 2003. “A política só faz sentido se ela for instrumento para mudar a vida das pessoas”, ressaltou o petista.
Já passava das 21h quando Lula foi convidado a falar. Sob gritos e aplausos, o candidato – que, segundo a última pesquisa Datafolha, apresenta vantagem de 18 pontos sobre Jair Bolsonaro (PL) no 1º turno – o candidato a presidência disse estar emocionado com a “demonstração de grandeza” dos piauienses ao estenderem uma enorme bandeira do Brasil na plateia. “Nós não vamos permitir que um genocida se apodere da bandeira brasileira”, bradou. “Esse ato foi uma das coisas mais bonitas que vi em toda a minha vida política e estou emocionado”.
Lula também criticou o aumento do auxílio emergencial – estratégia que especialistas têm avaliado como positiva para o governo Bolsonaro. “Ele vai dar dinheiro para taxista, caminhoneiro, porque pensa que o povo é gado”, disse Lula. “Temos que dizer para ele: coloca o dinheiro na minha conta que vamos comprar comida, mas no dia 2 de outubro vamos dar uma banana para o Bolsonaro!”.
O petista fez elogios a Fonteles, candidato pelo PT ao governo do estado, a quem definiu como íntegro e inteligente. “Não se preocupem com os meus 76 anos de idade”, advertiu Lula. “As pessoas envelhecem quando não têm uma causa”, seguiu completando. “E eu tenho uma causa: fazer o povo brasileiro voltar a comer três vezes ao dia”.
Cultura e participação popular
Antes da fala dos políticos, o ato foi aberto com a execução do hino do Brasil, tocado pela Orquestra Sanfônica de Teresina. O coral de vaqueiros de União, em seguida, apresentou-se cantando o hino do Piauí. Também subiram ao palco a sanfoneira Sebastiana e Conceição, que cantou uma música composta especialmente para Lula.
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