Desde 2020, por conta da pandemia da Covid-19, a Semana do Orgulho de Ser precisou ser suspensa em sua forma presencial. O evento, que teve início em 2005, agora retoma no mês de agosto em sua 16° edição. Para seus organizadores, o retorno é um marco, principalmente neste momento importante e instável para os direitos humanos: as eleições para cargos majoritários e o avanço do conservadorismo no país.
Para Marinalva, vice-coordenadora do grupo Matizes, responsável pelo evento, houve diversas mudanças significativas durante mais de uma década de realizações – em especial, o crescimento do evento. “A semana é uma oportunidade para debatermos sobre o enfrentamento da LGBTfobia na capital e no estado”, afirmou.
Neste ano, o evento se prepara para abordar temas diferentes que refletem sobre a segurança do público LGBTQIA+ na capital. Há 10 anos, o estudo do Grupo Gay, da Bahia, apontou que Teresina teve uma média de 15,6% de assassinatos homofóbicos para uma população de pouco mais de 800 mil habitantes. Proporcionalmente ao número de habitantes, a capital do Piauí foi considerada a mais homofóbica do país. “Ou seja, há uma década éramos a capital que mais matava nossa população”, comenta Marinalva. “O que mudou de lá para cá?”.
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A parada também vai contar com o ativismo das juventudes. O vice-presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Pedro Victor, participou de um dos momentos do evento para falar sobre a militância desses grupos dentro dos Institutos Federais da capital. Para Pedro, a Semana do Orgulho de Ser é uma forma de reafirmar a resistência e o orgulho da comunidade LGBTQIA+, principalmente das pessoas mais jovens. “A Parada é, sobretudo, um evento para celebrarmos a vida e a nossa existência”, comenta.
Em comemoração ao fim da Semana do Orgulho de Ser, no último dia, 6 de setembro, será assinada a Carta do Piauí para o Enfrentamento à LGBTfobia, além de uma roda de conversa para a apresentação do formulário Rogéria – Registro de Ocorrência Geral de Emergência e Risco Iminente à Comunidade LGBTQIA+, às 11h, no Auditório do Tribunal de Justiça (Prédio Antigo).
A Semana tem desfecho na Parada da Diversidade de Teresina, também na terça-feira, 6 de setembro. A concentração será às 16h, em frente a Potycabana, e o percurso seguirá pela Avenida Raul Lopes até o estacionamento da Ponte Estaiada. A programação encerra com a atração nacional, Daniela Mercury. A programação completa você encontra aqui.
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