sábado, 23 de novembro de 2024

“Vai trabalhar, vagabundo!”: prefeito xinga professores no desfile do 7 de setembro

Professores cobram reajuste no piso salarial, motivo do pedido de impeachment do gestor público

07 de setembro de 2022

Edição Luana Sena

Empurra-empurra e um sol de quase 40° fizeram parte do retorno dos tradicionais desfiles do 7 de Setembro. Entre as apresentações escolares e o hino do Brasil, um grupo de professores agitava o percurso feito pelo prefeito de Teresina, Dr. Pessoa, com cartazes e pedido de explicações do gestor público. Os educadores reivindicam o reajuste de 33% no piso da categoria, enquanto a Prefeitura de Teresina concedeu apenas 16%.

Quando ele caminhava para o seu carro particular, escoltado por guardas municipais, proferiu ofensas aos professores: “Vai trabalhar, vagabundo”. Revoltados, os profissionais atiraram garrafas d’água e objetos no carro do prefeito. Fora o xingamento, Pessoa não falou nem com os professores, nem com a imprensa. 

Não é a primeira vez que o prefeito é violento com a categoria. Em março deste ano, moradores e professores que reivindicavam direito à moradia e ajuste nos salários foram expulsos da fachada do Palácio da Cidade, sede da Prefeitura, com balas de borracha e gás lacrimogêneo. O prefeito nunca comentou o ocorrido. Ele também chegou a chamar os servidores de “cachorros vira-latas”, e chutou uma professora durante evento em alusão ao aniversário da cidade, no mês de agosto. 

Leia mais: O impeachment à espreita do doutor

Um dia antes do desfile, na terça-feira (6), o plenário da Câmara Municipal de Teresina decidiu arquivar o segundo processo de impeachment contra o Prefeito de Teresina, Dr. Pessoa – há uma semana a sessão para votação tinha sido esvaziada até mesmo por seus apoiadores. A ação foi protocolada no fim de maio, e apontava que o prefeito e o secretário de Educação teriam cometido o ato de improbidade administrativa, em decorrência do abuso da função pública. 

No processo, o promotor solicita ainda a suspensão dos direitos políticos de Dr. Pessoa e do secretário Nouga Cardoso por cinco anos. Segundo o Ministério Público, a permanência de Dr. Pessoa no cargo configura “real perigo de dilapidação do patrimônio público”. Francisco de Jesus, autor da denúncia, lamentou a rejeição e considera recorrer da decisão.

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