domingo, 24 de novembro de 2024

Ciência em progresso

Reunião Regional da SBPC acontece em março, em Teresina e Campo Maior; evento celebra os 200 anos da Batalha do Jenipapo

02 de fevereiro de 2023

O Piauí será palco da Reunião Regional da SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, que acontece entre 13 e 15 de março, em Teresina e Campo Maior. O evento tem a celebração dos 200 anos da Batalha do Jenipapo, marco da participação piauiense na luta pela independência do Brasil.

A data escolhida pega carona nas atividades do bicentenário, na intenção de direcionar o olhar da ciência para o desenvolvimento do Piauí. O encontro traz como tema “Território ancestral e promissor: ciência para o desenvolvimento sustentável e inclusivo do Piauí”, e contará com mesas sobre história, meio ambiente e desenvolvimento sustentável econômico. Além de estudiosos, especialistas e pesquisadores, a SBPC quer colocar a comunidade acadêmica para debater com os entes governamentais e a sociedade civil.

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“Queremos trazer um pouco da história e visitar esses temas, desde a arqueologia, até esse desenvolvimento, inclusive sustentável, durante esses dois dias”, disse Cláudia Linhares, secretária geral da SBPC em visita à UFPI no último mês. A Universidade Federal do Piauí sediará os dois dias de encontro (13 e 14). O dia 15 será para uma extensão do encontro em Campo Maior, berço da Batalha do Jenipapo. “A ida até a cidade é para dar uma visibilidade nacional que esse episódio histórico merece dentro da academia, dentro do alcance da SBPC”, completou a secretária.

Evento terá extensão em Campo Maior, berço da luta pela independência no Piauí (Foto: Juliana Andrade)

A entidade volta ao Piauí após um hiato sem representação regional – sua primeira edição aconteceu em 2016, em São Raimundo Nonato, com o objetivo de popularizar e valorizar a produção científica nacional e discutir os problemas do Parque Nacional Serra da Capivara. No ano passado, uma força-tarefa foi montada pela SBPC, ANPG (Associação Nacional dos Pós-Graduandos) e oestadodopiaui.com, para angariar novos associados e retomar a articulação no estado.

Em breve, a organização do evento deve disponibilizar a programação completa. O encontro é destinado principalmente a estudantes da graduação, pós-graduação, professores e pesquisadores. A inscrição poderá ser feita pela internet através deste site. Os inscritos receberão certificado de participação.

 

Piauí para a Ciência

Desde o ano passado, a SBPC tem como mote de suas ações a independência e a soberania nacional, com ações dedicadas ao tema na sua reunião anual, em Brasília. Palestras, exposições e vídeos educativos fizeram parte de uma programação alusiva ao bicentenário, que se estendeu até 2023 e agora chega ao Piauí.

Além de revisitar a história, a entidade tenta revisar a produção da ciência brasileira nos últimos 200 anos. “Na verdade, a gente gostaria de fazer essa reflexão: a gente conseguiu realizar o sonho de 200 anos atrás? O que precisamos fazer para realizar?”, provoca Cláudia Linhares.

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Para Renato Janine, ex-ministro da Educação e presidente da SBPC, voltar ao Piauí é chamar atenção para uma história relativamente pouco conhecida fora do estado – a Batalha que, em 13 de março de 1823, definiu a libertação do Nordeste do Brasil das amarras de Portugal. 

“Todos esses fatores entram em jogo, mas o principal para nós é o futuro”, disse Janine em entrevista para oestadodopiaui.com. “Queremos, junto com a sociedade piauiense, contribuir para o desenvolvimento do Piauí”, prosseguiu. “Hoje, muitos fatores presentes no estado se tornam importantes, como a geração de energia elétrica de maneira sustentável, que está crescendo muito e dá ao estado, ensolarado, um bônus de produtividade de energia”, pontuou.

O encontro de março, no simbólico município onde ocorreu a Batalha do Jenipapo, pretende discutir as potencialidades do estado pela ótica da Ciência, da Tecnologia e da Inovação. “O desenvolvimento da internet, por exemplo, também faz com que não se dependa mais tanto do solo, dos minérios ou da agricultura, mas da inteligência”, destaca Janine. “É muito importante que, hoje, a gente defenda a nação como ela foi defendida 200 anos atrás”, completou Cláudia Linhares. 

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Luana Sena

Jornalista, mestra e doutoranda em comunicação na Universidade Federal da Bahia.

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