O Piauí é um estado nordestino próximo a Linha do Equador. Isso faz com que o clima, na maior parte do ano, seja quente e seco. Isso tem prejudicado a manifestação das quatro estações: ora apresenta um verão com chuvas, ora estiagens com clima seco e de baixa umidade.
Com o aumento disparado do efeito estufa, a região mais afetada do Piauí poderá ser a caatinga. Com o clima mais seco e chuvas concentradas em poucas regiões, eventos com enchentes serão tendenciosos nessa área. “Se não houver medidas contra nossas ações, nossa vegetação se tornará mais cactaceae” alerta a meteorologista Sônia Feitosa.
No primeiro semestre de 2022, o Piauí apresentou uma das melhores condições climáticas dos últimos anos. O climatologista Werton Costa atribui isso a uma anomalia positiva com chuvas acima da média na maior parte dos 224 municípios. “Embora alguns casos de alagamentos tenham ocorrido, não tivemos um processo de inundação generalizado, portanto, isso é positivo”, afirmou.
Em meio à pluviosidade e às ondas de chuvas que têm afetado o Brasil no primeiro semestre, São Raimundo Nonato, sul de Teresina, teve a temperatura mais alta do país: 37.4° C, registrada no mês de maio. Em junho, o sul do Piauí continuou sendo destaque em relação às altas temperaturas. A cidade de Bom Jesus, registrou temperaturas nas casas 35,6° C. Além de Bom Jesus, o município de Floriano registrou também, no mesmo dia, 35, 4°C.
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O B-R-O-BRÓ ainda não chegou, mas o Piauí já recebe alertas de baixos níveis de umidade relativa do ar em mais da metade do estado. No último domingo (07), o Inmet publicou um aviso de baixa umidade para 162 cidades do Piauí. O documento ficou disponível das 07:00 às 19:00, com instruções de precauções para os moradores aumentarem, em especial, o consumo de líquido, além de evitarem desgastes físicos e exposição ao sol.
A Previsão Climática Sazonal é uma previsão probabilística de como será o comportamento climático do mês de agosto, setembro e outubro de 2022. No Piauí, a previsão de temperatura é acima da média no período do B-R-O-BRÓ. “Nos últimos anos o padrão de temperatura do estado tem oscilado entre 1,0 e 1,5 acima da média”, afirma Werton. Esses dados revelam a condição de mudanças climáticas que afetam o mundo e o estado.
Muito sol e pouca água fresca
Altas temperaturas, baixa umidade e tempo seco. Esse é o retrato do clima que milhares de brasileiros tendem a enfrentar todos os dias, até mesmo na região sul do país, a qual teve um aumento de 3ºC acima da média em 2022, segundo o levantamento feito pelo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
De acordo com os dados do Inmet, julho teve um desvio de 0,82ºC acima da média histórica, colocando-o como o mais quente já registrado no Brasil, com 22,8ºC. Última vez em que o país apresentou um desvio tão alto foi em julho de 2015 com 22,7ºC – ou seja, 0,78º acima da média.
Com o aquecimento global cada vez mais forte, há forte tendência de que nos próximos anos a média seja cada vez maior. O aquecimento global é resultado do aumento da temperatura terrestre, causado pelo acúmulo de poluentes na atmosfera – muitas vezes causados pelo ser humano, com a queima de combustíveis fósseis, desmatamento e outros fatores.
Em entrevista ao oestadodopiaui.com, Sônia Feitosa afirma que é preciso adotar medidas urgentes, que sejam capazes de controlar o efeito estufa. “Se faz necessário pensar em um futuro distante, afinal não é possível controlar o efeito global de forma rápida”, alertou. “Essa realidade ainda irá prevalecer por anos”.
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