sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Crise no transporte é fator para taxa de abandono da segunda dose da vacina

Pesquisa revela que zona Norte de Teresina tem maior taxa de abandono, cerca de 47%

08 de novembro de 2021

No Brasil, cerca de 1,5 milhão de pessoas não retornaram para tomar a segunda dose da vacina, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde em abril deste ano. Ainda de acordo com o Ministério, as pessoas não compareceram às unidades de saúde embora houvesse imunizante à disposição. Essa prática, que tecnicamente é chamada de taxa de abandono, tem sido analisada no Brasil todo, e especialistas apontam que a maioria do público que não retorna para aplicação reside em bairros mais afastados dos centros urbanos. 

Em pesquisa realizada pelo Núcleo de Estudos sobre a Covid-19 da Universidade Federal do Piauí, a zona Norte de Teresina é a região com o maior percentual de pessoas que não retornaram para a aplicação da segunda dose – cerca de 47% do público alvo.  Para o pesquisador Emídio Matos, os motivos que levam ao não retorno são vários, mas é importante frisar que o plano de imunização está sendo seguido. “A vacina tem disponível, o que falta é o acesso a essas vacinas”, diz. 

No levantamento, bairros como Santa Maria da Codipi, Parque Wall Ferraz e Cidade Nova apresentam taxa de abandono em 42%. Já Jockey e Morada do Sol apresentaram um percentual de 17% da população que não retornou para o recebimento da segunda dose. “Esses dados deixam evidente que há uma dificuldade de acesso aos locais de vacinação”, diz o pesquisador. “O poder público municipal precisa traçar um plano estratégico”. pjk

Dificuldade de acesso 

Para Emídio, a crise no transporte coletivo de Teresina é um fator importante e que deve ser analisado pelo poder público, pois quem reside em regiões periféricas tem ainda mais dificuldade no acesso ao transporte. “É importante haver uma estratégia dentro da região, por meio de ações de políticas municipais”, ressalta. 

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Umas das soluções apontadas pelo pesquisador seria a comunicação mais eficiente com cada comunidade através do sistema de saúde do município, pois cada bairro costuma ter um agente comunitário responsável pela população. “O acesso a essas pessoas inicia-se através dos agentes comunitários e posteriormente se traça um plano para a imunização da região”, explica. 

Segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações, as vacinas contra a Covid-19 garantem a proteção porque previnem a doença, reduzindo as chances de morte e internações. A segunda dose é importante pois completa o ciclo de imunização de cada indivíduo, para que o sistema de defesa do corpo possa produzir imunidade contra o coronavírus.

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