A dança é uma das formas mais antigas de comunicação e expressão da humanidade. Para além do entretenimento, os movimentos rítmicos foram utilizados historicamente para retratar resistência, luta e afirmação cultural de um povo. Em tempos de pandemia, eventos culturais tiveram que se adaptar às telas e interações online.
No Piauí, o Junta Expandido vem com o objeto de reunir artistas para performar liberdade e resistência por intermédio de telas e, este ano, acontece de maio a novembro. O evento ampliou a duração das atividades que contam com oficinas, residências artísticas, mostra de vídeos e incubadoras – que apoia o desenvolvimento de performances – além da ocupação da Escola Estadual de Dança Lenir Argento. O projeto é uma adaptação do Festival Internacional Junta, que acontece em Teresina desde 2015, com o apoio do edital de cultura da Lei Aldir Blanc.
Entre os grupos que compartilham resistência através da arte está a Casa Di Monique, formada por pessoas LGBTQIA+ sob influência do Ballroom ou ball culture, movimento político que celebra a diversidade de gênero, sexualidade e raça.
O artista alagoano Fênix Zion, um dos integrantes da Casa, ministrou uma oficina de runway, de instruções para passarela. O instrutor acredita que a arte é um impulso de esperanç,a apesar dos percalços enfrentados pela classe artística. “Ter internet de qualidade, um celular potente e um espaço adequado é o grande desafio”, comenta, acrescentando que, para não perder as oportunidades de trabalho, teve que se adaptar ao uso das tecnologias.
A oferta na modalidade virtual proporcionou o acompanhamento das atividades por aqueles que estão em outros locais do Piauí. Essa expansão do público já era um desejo do evento e, por conta da tecnologia, conseguiu ser desenvolvida em menos tempo. “Agora, por conta do formato virtual, conseguimos expandir e, além dos rostos conhecidos, é muito bom ver públicos novos participando”, comenta Janaína Lobo, uma das idealizadoras do projeto.
Do outro lado da tela, assistindo atentamente as aulas de vogue e debatendo vivências Ballroom, está Frida Abraão Macyrajara, que mora em Parnaíba e participa do evento. “Estar no conforto do lar, aqui de onde moro, e poder participar das oficinas de troca é o maior diferencial”. Como artista, Frida pontua que o Junta é um patrimônio imaterial do estado por oferecer intercâmbios culturais e conhecimento.
1 comentário
Ayra Dias · 17 de junho de 2021 às 18:27
Evento maravilhoso