sexta-feira, 17 de maio de 2024

Piauí é o segundo estado com maior crescimento na taxa de registros de estupros no país

Em números absolutos, o Piauí registrou 230 estupros e 669 estupro de vulnerável em 2020

20 de julho de 2021

O Piauí é o segundo estado brasileiro com maior taxa de crescimento de registros de estupro e estupro de vulnerável no último ano, com 10%, atrás apenas de Roraima, com 19,1%. Em terceiro, encontra-se o Rio Grande do Norte, com 2,4%. Esses foram os únicos estados que indicaram crescimento no país.

Em números absolutos, o Piauí registrou 227 estupros e 588 estupro de vulnerável em 2019. No ano seguinte, esses números foram de 230 estupros e 669 estupro de vulnerável.

A análise nacional indica queda de 14,1% dos registros, uma tendência presente em 24 estados. A taxa média de estupros foi de 28,6 por grupo de 100 mil habitantes no país. Os dados são da 15ª Edição do Anuário de Segurança Pública.

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Assim como em anos anteriores, a maioria dos crimes de estupros são cometidos contra pessoas vulneráveis, ou seja, pessoas menores de 14 anos ou que são incapazes de consentir sobre o ato. A maioria das vítimas de violência sexual são crianças na faixa de 10 a 13 anos (28,9%), seguidos de crianças de 5 a 9 anos (20,5%), adolescentes de 14 a 17 anos (15%) e crianças de 0 a 4 anos (11,3%). Além disso, 60,6% dessas crianças tinham no máximo 13 anos, perfil recorrente nos anos anteriores. A maioria das vítimas é do sexo feminino (86,9%). Quanto à cor/raça, constatou-se que 50,7% das vítimas eram negras, 48,7%, brancas, 0,3% amarelas e 0,3% indígenas. 

Em relação aos autores dos crimes, em 85,2% dos casos eram conhecidos das vítimas, quase sempre do sexo masculino.

Feminicídios: Piauí é o sexto estado com maior taxa no país

O Piauí é o 6º estado do país com maior proporção de homicídios femininos classificados como feminicídios, com 50,8. O estado está atrás de Mato Grosso (59,6), Roraima (56,3), Santa Catarina (55,3), Maranhão (52) e Minas Gerais (51,7). Ao todo, 16 estados registraram taxa maior que a média nacional (34,5).

Os dados são da 15ª Edição do Anuário de Segurança Pública e apontam que a maioria dos casos se configura como feminicídios íntimos – ou seja, praticados por companheiros ou ex-companheiros da vítima, um total de 81,5%. Ao considerar outros tipos de vínculos familiares, 9 em cada 10 mulheres vítimas de feminicídio morreram por ação do companheiro ou de algum parente.

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Quanto ao perfil das vítimas, 16,7% eram mulheres de 18 a 24 anos. No entanto, a maior concentração de homicídios de mulheres se dá em relação a meninas e jovens: 49,8% das vítimas têm de 12 a 29 anos. Ao se analisar raça/cor das vítimas de feminicídios, 61,8% eram negras. Quanto aos demais homicídios femininos, 71% eram negras.

Apesar do número alto no que tange a proporção, os dados apontam que houve uma redução nas notificações de crimes em delegacias no país. Os registros de lesão corporal em decorrência de violência doméstica, por exemplo, caíram 7,4%. Outros registros que caíram em 2020 foram as ameaças (-11,8%), estupros e estupros de vulnerável (-14,1%), e também os registros de homicídio de mulheres, que caiu 2,1%.

Entretanto, no caminho oposto, foi possível verificar o aumento do número de medidas protetivas de urgências que cresceu em 4,4% no Brasil. As chamadas no 190 para denunciar violência doméstica também registraram um aumento de 16,3%.

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Categorias: Últimas

Aldenora Cavalcante

Jornalista, podcaster e mestra em comunicação pela Universidade do Porto.

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