Com quase dois anos de pandemia e o aparecimento de novas variantes, diversos países começaram a discutir a necessidade de uma terceira dose da vacina contra a Covid-19. O debate sobre essa medida ainda divide especialistas.
Sem um consenso sobre o tema, cada país tem adotado diferentes orientações sobre a dose de reforço. Em Israel, por exemplo, a vacina está sendo ofertada para as pessoas com mais de 50 anos, o Chile está oferecendo doses apenas para quem tomou Pfizer e ainda há o caso da Hungria que abriu a terceira dose para a população em geral.
No Brasil, nesta quinta-feira (25), o Ministério da Saúde informou que haverá a aplicação da dose de reforço em idosos acima de 70 anos e pessoas imunossuprimidas (aquelas que possuem algumas comorbidades definidas pelo Ministério da Saúde) a partir do dia 15 de setembro.
No Piauí, após anúncio da aplicação da terceira dose pelo governo federal, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) afirmou que já está preparando a logística junto às regionais de saúde e municípios para a imunização do público alvo.
De acordo com o secretário Florentino Neto, a Sesapi está aguardando somente a consolidação desta informação, baseada em informações técnicas científicas. “O Piauí está preparado e a medida em que for recebendo as vacinas vai iniciar esta terceira aplicação”, diz o gestor.
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OMS discorda da decisão
A Organização Mundial de Saúde (OMS) discorda da medida, e por meio de nota rebateu a ideia da necessidade de uma dose de reforço. Para a OMS não existem dados conclusivos nem sobre a segurança da 3ª dose e nem sobre os benefícios. A organização alertou que tal iniciativa seria um “problema moral”, já que deixaria milhões de pessoas pelo mundo sem doses. “É tecnicamente e moralmente errado”, disse em nota.
O diretor geral da OMS, Tedros Adhanom, em entrevista para o Jornal The Guardian chamou de “vergonha para toda a humanidade” a desigualdade na distribuição das vacinas e disse que o vírus precisa ser atacado de maneira conjunta por todos. “Nós estamos planejando distribuir coletes salva-vidas extras às pessoas que já estão de coletes salva-vidas, enquanto estamos deixando outras pessoas afundarem”, diz.
A OMS havia solicitado que os governos evitassem iniciar a vacinação com a terceira dose para que os países pobres pudessem avançar na proteção da população mais vulnerável. Hoje, os países africanos contam com apenas 2% de seus habitantes imunizados. Mas França, Alemanha, EUA, Israel e outros ignoraram o apelo da OMS. No Brasil, o Ministério da Saúde também está indo contra esse pedido.
Veja que países já estão ou planejam oferecer doses de reforço à população:
- Rússia: Já iniciou
- Israel: Já iniciou
- Hungria: Já iniciou
- República Dominicana: Primeiro país da América Latina a anunciar, em 30 de junho, que iria oferecer uma terceira dose
- Indonésia: Já iniciou
- Emirados Árabes Unidos: Já iniciou
- Chile: Iniciou neste mês de agosto de agosto
- Uruguai: Iniciou nesta semana
- Estados Unidos: Planeja iniciar dia 20 de setembro
- Reino Unido: Planeja iniciar em setembro, sem previsão de data
- Alemanha: Planeja iniciar em setembro
- França: Planeja iniciar em setembro
- Brasil: Planeja iniciar dia 15 de setembro
1 comentário
Luciana · 27 de agosto de 2021 às 14:47
Muito esclarecedora a matéria.