Passava pouco das 19h quando os primeiros passageiros começaram a chegar. Curiosas e desavisadas, cerca de 70 pessoas haviam sido convidadas para um evento cheio de mistério. As projeções na parede do The Bunker, localizado na Av. Lindolfo Monteiro, 520, davam pistas do que estava para começar: um embarque ao passado com destino ao futuro.
Pessoas com mais de 30 anos – os jovens de antigamente – não passaram pelos anos dois mil em Teresina sem pelo menos ouvir falar no Piauí Pop. O maior festival de música que botou o estado do Piauí na rota de shows de grandes bandas nacionais. A primeira edição, em 2004, consolidou o Jockey Club como destino certo de três dias de festa nas férias de julho. Uma geração inteira que viu o dia nascer ao som de Biquíni Cavadão.
Para relembrar essa história, o empresário e publicitário Tiago Peixoto convidou influencers, blogueiros, articuladores culturais, músicos e artistas para esse “embarque” surpresa. Gil BV, Abel – da Casa Barro, palco de muitas bandas locais na atualidade -, Igor Leite, Bruna Botelho, Gapi Pinho e outros nomes marcaram presença. Influenciadores que foram a todas as edições e gente que nem era nascida quando tudo começou. “Chamamos pessoas que representam a diversidade, o todo, nichos que formam o nosso estado”, comentou. “O Piauí Pop era a alma da sociedade”.
Mas o evento não tem apenas caráter saudosista. A intenção é também anunciar, com exclusividade, o Piauí Pop 2023 – Piauí mais pop do que nunca! Um documentário em vídeo-mapping foi exibido aos convidados, trazendo depoimentos de pessoas que viveram as primeiras edições, décadas atrás. “A gente quer mostrar que o Piauí Pop não é apenas uma marca”, disse Peixoto. “É a representação de um imaginário coletivo, de um orgulho de algo bem feito, que é todo produzido aqui”.
A gente se encontra lá
Pelos palcos da “cidade do pop” passaram bandas que marcaram época como Engenheiros do Hawaii, Lulu Santos, Biquíni Cavadão, Charlie Brown Jr, Pitty e muitos outros. Marcus Peixoto – a quem essa coluna homenageia – inseriu seu nome na produção cultural com seis edições do evento, e o nome do Piauí na rota dos melhores shows do pop rock no país.
O sobrenome que Tiago carrega é também o legado passado de pai para filho – ele é um dos jovens pertencentes à geração que esperava ansiosa as atrações dos três dias de festival serem anunciadas, ao vivo, no Jornal do Piauí. “Tinha até bolão na época pra tentar acertar”, lembra sorrindo.
Essa essência, promete, estará viva na nova edição – que, na verdade, é um retorno do festival que sempre esteve vivo na memória da cidade. Algumas novidades, no entanto, se desenham para 2023. “É um evento que leva o nome do estado e isso traz muita responsabilidade”, diz Peixoto.
Na nova edição, três dias prévios ao festival serão da mistura de vivências focadas em inovação, inclusão e empreendedorismo. “O Piauí Pop não pode ser apenas um festival de música, ele nunca foi só isso”, disse o CEO da nova edição. “Estamos preparando uma programação que trabalhe a feliciência (a ciência da felicidade), transformando a educação e pensando a sustentabilidade em variados aspectos”, adiantou. Ao final, dois dias de shows celebrarão tudo em uma grande festa.
Algumas tradições, porém, seguem mantidas: o Piauí Pop será no segundo final de semana de julho. “Faz parte do DNA do evento”, diz Tiago. “É a abertura das férias, a possibilidade dos pais e dos filhos curtirem juntos”, completa. O produtor faz mistério quanto ao lugar (o prédio do antigo Jockey Club virou sede de uma escola) e, como de praxe, das atrações. “Será uma grande surpresa para todo o Piauí”, acredita. O jeito é esperar para se encontrar lá.
1 comentário
Marcos Vinicius · 30 de novembro de 2022 às 23:06
Luana, deu pra sentir a sua empolgação escrevendo esse texto. ♥️