Um estudo comparativo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) realizado com base nos dados de levantamento do IBGE apontou algo que não ocorre há três anos: o Piauí deixou o mapa da pobreza. Em 2014, o estado apresentava três municípios na lista – Cabeceiras do Piauí (PIB 4.648,32), Campo Largo do Piauí (4.659,56) e Massapê do Piauí (4.671,00). Já o levantamento mais recente, feito em 2019, aponta que o Piauí não tem mais nenhum município nessa situação.
Os estados com maior número de cidades com baixo PIB são: Maranhão, com 40 municípios, e a Bahia, com três.
Porém, as consequência do coronavírus na economia refletem na última pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre): a pobreza piorou com a pandemia em todo o país. No Nordeste, o Piauí foi o estado que mais teve alta da pobreza – passando de 41,1% para 56,4%. A pesquisa considerou os índices de pobreza do Banco Mundial, que considera famílias cuja renda é de até R$400 ao mês.
Mais de 43% dos piauienses – quase metade da população – vive em situação de pobreza no estado – como apontam dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). Os dados se referem a 2019, quando mais de 1,4 milhão de pessoas viviam com R$ 436 mensais no estado.
É no Brasil dos desiguais, na periferia de Marcolândia, Sul do Piauí, que o casal Divina Santos e Paulo Marcel sobrevive, junto aos três filhos, com apenas R$ 635 que recebem do Auxílio Brasil. O benefício não é suficiente para dar conta de todas as despesas. A casa onde mora a família foi dada por um parente de Paulo, mas alimentação, conta de água, luz e gás ficam por conta do casal. As contas têm ultrapassado R$700. Na prática, é como se cada integrante da casa tivesse R$127 mensais.
Sem emprego há dois anos, Paulo está quase desistindo de procurar serviços por meio de currículos. Ele vende balinhas nos sinais, bares e restaurantes da cidade para garantir as refeições da família. O supermercado tem se tornado um lugar pouco frequentado pela família. “Quase não conseguimos comprar muita coisa lá”, pontua o desempregado. “Uma carne custa mais de R$20, então a gente desiste, vamos para o ovo ou a sardinha”, conta.
1 comentário
Ellen Brito · 5 de agosto de 2022 às 12:19
Se decide, ele saiu do mapa da pobreza ou empobreceu? Mas que manchete mais esdruxula, hein?