O impasse na resolução da crise do transporte coletivo de Teresina ainda persiste. Nos últimos dias, após reunião emergencial entre prefeitura e Setut, o vice-prefeito e secretário de finanças, Robert Rios, afirmou que a prefeitura pode vir a contratar novas empresas, de fora da capital, para gerir o transporte – solução que foi chamada de” plano B”.
De acordo com Robert Rios, todas as demandas que seriam de responsabilidade da prefeitura foram sanadas – como o pagamento da primeira parte do acordo, que tem como aporte inicial R$4,5 milhões. A gestão municipal diz que o impasse, agora, está entre empresários e trabalhadores, que precisam entrar em consenso para que o transporte coletivo retorne a circular em Teresina. “A prefeitura fez a sua parte, agora o problema é interno das empresas com o sindicato e eles precisam resolver”, diz. “Caso não se resolva já temos o plano B para colocar em prática”.
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Segundo o vice-prefeito, caso as partes não entrem em consenso, a prefeitura de Teresina acionará o ‘Plano B’, que consiste na contratação de empresas de outros estados que já manifestaram interesse em assumir o transporte coletivo da capital. Ao oestadodopiaui.com o vice-prefeito disse não poder revelar ainda o nome das empresas já contactadas, pois o plano só será colocado em prática se empresários e trabalhadores não chegarem a um acordo ainda este mês. A afirmação soou como ameaça para motoristas e cobradores.
Sindicato não acredita em “plano B”
O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários no Estado do Piauí (Sintetro) afirma que a proposta de trazer novas empresas para Teresina seria um ponto positivo, pois as empresas que hoje operam o transporte não possuem interesse na melhoria e na qualidade do serviço prestado. “Se isso fosse verdade, seria uma boa”, disse Ajuri Dias, presidente do Sintetro. “Se existem mesmo empresas que querem investir no transporte de Teresina, devem conceder essa oportunidade”.
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Mas, ainda de acordo com Ajuri, o “plano B” levantado pelo vice-prefeito, Robert Rios, não passa de especulações que nunca serão colocadas em prática, uma vez que a prefeitura nunca encerrou o contrato com o Setut. “Esse plano B não existe, o vice-prefeito tem inclusive parentesco com o dono da Transcol, isso não passa de blefe”, conclui.
Ao longo dessa semana, o Sintetro irá reunir motoristas e cobradores em assembleia para tratar sobre possíveis paralisações das atividades. A categoria ainda aguarda o convite para uma reunião com empresários do setor, sobre as reivindicações salariais dos trabalhadores. De acordo com Ajuri, cerca de 600 pessoas trabalham atualmente no transporte coletivo de Teresina – 95% estão com salários e férias atrasadas.
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