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Telemedicina avança mas contrasta com acesso desigual à internet

Cerca de 339 mil piauienses não têm acesso à internet em suas residências; no Brasil, são 47 milhões

09 de agosto de 2021

Em meio à pandemia do coronavírus, o Conselho Federal de Medicina autorizou a realização de consultas médicas à distância, denominada de Telemedicina. Esse método de realização de consulta pode ser definido, de forma simplificada, como o uso das tecnologias para o atendimento de pacientes, especialmente nos casos em que a distância é um fator crítico. 

O acesso, equidade, qualidade e custo são os principais problemas enfrentados pelos sistemas universais de saúde em todo o mundo. Nesse contexto, a telemedicina vem sendo vista por alguns profissionais da área da saúde como uma ferramenta importante para o enfrentamento dos desafios contemporâneos dos sistemas de saúde. 

Para a médica Marília Monte, a telemedicina ainda precisa ser bastante estudada e diversos fatores devem ser discutidos: o pouco acesso à internet, a falta de infraestrutura do SUS e a capacitação profissional.

“O avanço da telemedicina está extremamente ligado ao acesso da população às tecnologias, tiro pela minha própria experiência”, conta. “Eu trabalhei em Campo Largo do Piauí e lá 90% da população não tinha acesso à internet”, completa. “Se torna praticamente impossível trabalhar com a telemedicina”.

Acesso desigual

O Brasil é um país de distribuição regional extremamente desigual no que tange à disponibilidade de banda larga. Entre os dados compilados através de uma pesquisa realizada pela TIC Domicílios, que tem como objetivo principal medir a posse e o uso das tecnologias de informação e de comunicação entre a população residente no Brasil, destaca-se que 47 milhões de brasileiros permanecem desconectados – 45 milhões (95%) pertencem às classes C, D e E. 

No Piauí esses dados ainda são maiores e o Estado encontra-se com índice menor do que a média brasileira. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 339 mil casas piauienses não possuem acesso à internet. Na última pesquisa realizada, as pessoas de 10 a 49 anos tinham a proporção de uso de internet superior a 50%. A partir dos 50 anos a taxa cai para menos da metade e, entre as pessoas com 60 anos ou mais, a proporção era de apenas 21,6%.

Entre muitas divergências dos profissionais acerca do tema, a Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados promoveu uma audiência pública na última quinta-feira (5). O objetivo foi discutir a regulamentação a telemedicina em todo o país, pois a prática está sendo utilizada através de uma legislação provisória aprovada no início da pandemia cuja validade vai até o fim da crise sanitária.

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