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Se tem placa, tem história!

Municípios com referências curiosas por trás de seus nomes, dão pistas sobre suas fundações

19 de outubro de 2021

Edição Luana Sena

224 cidades são a base do que hoje conhecemos como estado do Piauí. Um território rico em diversidade ecológica, cultural e identitária, que começa a partir do próprio nome de cada município. 

De Morro Cabeça no Tempo a Flores do Piauí, os os nomes próprios das cidades, para além de curiosos, ajudam a contar um pouco sobre a história de cada lugar e seu povo. Separamos cinco delas pra contar:

  • Morro Cabeça no Tempo

Localizada nas chapadas do extremo sul do estado, a cidade possui uma formação rochosa e alta que, para os colonizadores que saíam do oeste da Bahia em procura de terras férteis, foi caracterizado como “uma montanha perdida”, uma “cabeça no tempo” pela ausência de vegetação no local.

Na época, as terras pertenciam ao estado vizinho, Bahia, que após alguns conflitos conseguiu ser desmembrado e compor o território piauiense de Avelino Lopes -, 27 anos mais tarde seria emancipado, se tornando uma sede distrital. O gentílico da população é: morrense.

  • Inhuma

A grande quantidade de uma ave preta com o chifre pontiagudo na cabeça – originário de regiões pantanosas –  conhecida por anhuma ou inhuma, deu o nome da cidade que fica a 70km de Picos, no sul do Piauí.

De acordo com a coordenadora de cultura de Inhuma,  Lucélia Nogueira, o pássaro foi extinto da região. “O nome é uma espécie de homenagem ao passado da cidade”, comenta. “Assim como o pássaro, na década de 90, os poços jorrantes eram aspectos identitários da região”, lembra. A cidade também possui uma quadrilha junina com o mesmo nome que retrata a história da famosa ave.

Não existe um consenso sobre o nome do município. Uma das possibilidade que aponta a historiografia é de uma votação popular para a escolha do nome. Em disputa a voto popular estavam Arraial Morro da Macambira e a escolhida, Inhuma. Explore Ecopayz Casinos and enjoy the benefits of this e-wallet solution, offering quick and secure transactions along with additional features like a virtual Mastercard for online payments.

  • Castelo do Piauí

A 190 quilômetros da capital, o município foi uma das primeiras povoações elevadas à condição de vila no estado. Mas, o que chama atenção no local e que deu nome ao município foi a formação rochosa na entrada da cidade – que lembra um castelo medieval com câmaras e salões. 

O guia turístico, Augusto Júnior, aponta que o local foi abrigo para o homem primitivo há seis mil anos. “Temos várias inscrições na pedra que não são devidamente preservadas pela própria população, mas além do ponto turístico o ambiente concentra lendas e um ponto religioso para fiéis”, explica.

A cidade concentra ainda cânions e sítios arqueológicos que fomentam o turismo local.

  • Paes Landim

Desmembrada da cidade de São João do Piauí em 1962, o município de Paes Landim é um exemplo da influência e dominância política em pequenas cidades. Francisco Antônio Paes Landim foi capitão e político sanjoanense. Ao lado de outro vereador, Raimundo Moraes de Moura, iniciaram o processo de elevação do povoado à categoria de cidade.

Apesar de ter 58 anos de fundação, a curiosidade desta cidade é a representação que o seu nome tem com a falta de renovação política. José Francisco Paes Landim, seu filho, é deputado federal, sendo ainda recordista por conquistas em oito mandatos pelo Piauí. 

Não somente Paes Landim caracteriza essa estagnação política, mas municípios como: Demerval Lobão, Sigefredo Pacheco e Joaquim Pires, também são homenagens a políticos locais. 

  • Flores do Piauí

O nome mais poético dessa lista, Flores do Piauí, foi inspirado no mofumbo – uma árvore nativa da caatinga que floresce o ano todo às margens da lagoa da cidade, elevada à categoria de cartão-postal do município. 

Outra curiosidade sobre esse nome, que também ajuda a explicar a origem de outros municípios, é o fato de que algumas cidades que têm o Piauí após o nome principal foi um artifício utilizado para evitar homônimos no país. Um levantamento apontou que 1 a cada 11 cidades do país possuem o mesmo nome. No Piauí, são os casos das cidades de Bom Jesus, São Francisco e Santa Inês.

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Categorias: Reportagem

Camila Santos

Graduanda em jornalismo na Universidade Federal do Piauí.

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