quinta-feira, 25 de abril de 2024

Apesar do aumento de doação de leite materno, demanda não é suprida no Piauí

Com apenas um Centro de Referência no Estado, coordenadora explica que a rede de amamentação precisa ser fortalecido para beneficiar prematuros

20 de setembro de 2021

Com o leite materno da sua primeira gravidez, a mãe Amparo Gomes conseguiu fazer quatro doações para o Banco de Leite Humano (BLH) da Maternidade Dona Evangelina Rosa (MDER), em Teresina. A doação feita pela empresária faz parte dos mais de 774 litros de leite arrecadados no primeiro semestre de 2021 pelo banco. De acordo com o BLH, de janeiro a junho foi possível atender cerca de 850 prematuros em todo o Piauí. Apesar de positivo, a arrecadação ainda não supre 100% da demanda estadual. 

Ainda em março, a coordenadora do Banco de Leite, Vanessa Paz, conta que houve uma queda no número de doações. A média, que anteriormente era de 12 litros, chegou a obter menos de quatro. As doações começaram a melhorar após agosto, principalmente com as atividades de divulgação do Agosto Dourado – mês de alusão e incentivo à doação de leite – quando subiu as doações subiram para quase oito litros por dia.

Segundo Vanessa, a pandemia da Covid-19 é um dos fatores que dificultou as doações de leite materno no Estado. Outro fator é que, quando um bebê é atendido pelo leite, a partir da sua melhora clínica o volume da dieta também aumenta, comprometendo o estoque. “É uma meta bastante difícil ter um estoque que supra toda a demanda de prematuros que demandam leite no Estado”, ressalta. “Conforme a prematuridade e estado de saúde que os bebês se encontram, vamos beneficiar com o leite estocado”, explica  coordenadora acerca da classificação para distribuição dos leites. 

Atualmente, o Banco de Leite Humano da MDR é o único Centro de Referência do Estado. Em Teresina, há três postos de coleta, localizados nas maternidades dos bairros Buenos Aires, Satélite e Wall Ferraz, além de um posto de coleta localizado em Floriano, Centro-Sul do Piauí, no Hospital Regional Tibério Nunes. De acordo com Vanessa, para que haja um amplo atendimento aos prematuros que necessitam de leite, é necessário a criação de políticas públicas e fortalecimento da rede de amamentação, desde a divulgação de como doar como também uma melhor possibilidade de distribuição nas maternidades em todo o Estado. 

Para poder doar, um dos primeiros requisitos é que as mães estejam produzindo um volume além da necessidade do seu bebe. Além disso, deve estar saudável e não usar medicamentos que impeçam a doação e se dispor a ordenhar e doar o excedente. Parte da doação também pode ser realizada de forma domiciliar, onde a doadora pode retirar o leite em casa e armazená-lo até a chegada de uma equipe da maternidade que faz o recolhimento do alimento após agendamento – realizado pelos números 0800 280 2522, 3228-2022 ou pelas redes sociais.

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