terça-feira, 7 de maio de 2024

Em quatro anos, registros de armas no Piauí cresceu 156%

Levantamento aponta que 93% dos registros estão em situação de irregularidade

07 de julho de 2022

Edição Luana Sena

Entre os anos 2017 e 2021, o número de armas de fogo no Piauí, com registros no Sistema Nacional de Armas (Sinarm) cresceu cerca de 156%. Os dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2022. 

De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), as 5.390 armas de fogo que estavam registradas em 2017 saltaram para um total de 13.801 em 2021. Mas, nos últimos três anos, o aumento de novos registros foi de 140% . 

 Por outro lado, do total de armas contabilizadas pelo levantamento, 12.700 encontrava-se com o registro expirado até o dia 31 de dezembro de 2021. Ou seja, a situação de quase 93% era de irregularidade. 

Dentre as categorias de usuários de arma de fogo, os civis são os que mais possuem registros ativos no sistema da PF: 5.769 no total. Em seguida estão empresas de segurança privada (3.502), órgãos públicos sem taxa (2.400) e servidores públicos com porte por prerrogativa de função (1.099).

 Os dados são gerenciados pela Polícia Federal (PF) e destacam o controle de armas de fogo em poder da população. Entre os critérios adotados pela plataforma, o requerente deve apresentar uma série de documentos e atender às exigências previstas na legislação. 

O tiro saindo pela culatra

Desde janeiro de 2019, quando Bolsonaro ingressou como presidente do país, assinou cerca de 30 normas que abrandam exigências para posse e porte de armas de fogo em todo o país. Em dois anos, o número de registros de armas disparou, saindo de 303 mil registros para 320 mil. 

Autorizações concedidas pelo Exército a caçadores, atiradores esportivos e colecionadores de armas também bateram recorde no atual governo – 160 mil nos últimos dois anos contra 70 mil nos sete anos anteriores. O mercado de armas e munições, é claro, nunca esteve tão aquecido. 

Essa flexibilização, por outro lado, traz preocupação para especialistas. Ronaldo Prado, delegado da Polícia Federal no Piauí, explica que, membros de facções podem requerer o armamento com o nome de outras pessoas, como amigos e parentes. 

“Antes, para comprar uma arma de fogo era necessário comprovar efetiva necessidade”, diz Prado. “Hoje, se você preencher os requisitos, nós (Polícia Federal) somos obrigados a autorizar a compra”. O delegado acredita que a existência de mais armas circulando no mercado acarreta em um aumento da criminalidade. “Mais armas são furtadas, extraviadas, roubadas de dentro de casa”, enfatiza.

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