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Planos de Governo importam? Uma análise sobre as propostas do governador eleito do Piauí

28 de dezembro de 2022
por Redação

Por Mário Dias* e Silvio de Freitas**

 

Para além das opiniões, ideias e projetos que os candidatos expressam em seus comícios e em suas propagandas eleitorais vinculadas na internet, rádio e televisão, os planos de governo são importantes instrumentos de informação para o eleitorado, e é através destes planos que os eleitores tomam ciência dos projetos e promessas de campanha de seus candidatos.

O governador eleito, do Piauí, Rafael Fonteles (PT), logo após a vitória garantiu que além de trabalhar para a proteção dos mais vulneráveis, questão social histórica do partido, vai buscar priorizar seu plano de governo (programa de governo) e com isso alinhar metas dentro da gestão do estado, no intuito de promover mais eficiência administrativa e o desenvolvimento de políticas públicas.

Para opinião pública, tanto nos meios tradicionais de comunicação e nas redes sociais online, a questão de focar em atingir metas dentro do plano de governo chamou bastante atenção. Logo no anuncio dos primeiros secretários, essa questão ficou evidente com a divulgação de nomes técnicos e já com alguma experiência na gestão pública ou na iniciativa privada. Por exemplo, o professor Washington Bonfim, escolhido para ser secretário de Planejamento do Estado, e que já foi ex-secretário de Educação e de Planejamento de Teresina.

Diante desse contexto, partimos da seguinte pergunta: planos de governo importam? A primeira análise tem por objetivo, verificar qual é a dispersão de certos temas no plano de governo, ou seja, esta análise irá verificar o quão frequentes são estes temas no documento. Foram selecionados os seguintes temas para análise: “educação”, “Segurança”, “Cultura”, “Economia”, “Saúde”, “Mulher”, “Mobilidade”, “Tecnologia” e “Desenvolvimento”.

Conforme o gráfico de dispersão acima, é possível perceber que os temas “Desenvolvimento”, “Educação” e “Saúde” são mais frequentes durante todo o plano de governo do governador eleito do Partido dos Trabalhadores, temas como “Segurança”, “Tecnologia” e “Cultura” também são abordados de forma mais abrangente no documento. O ponto de atenção no plano de governo do governador eleito petista se refere ao tema relacionado à mulher, onde basicamente o tema se concentra em apenas um capítulo de seu plano de governo.

No plano de governo analisado, os temas “Desenvolvimento”, “Cultura”, “Educação”, “Saúde” e “Segurança” são utilizados com maior frequência, o que demonstra que para o governador eleito, estes temas serão centrais em seus projetos. Também no seu plano de governo, temas importantes relacionados as mulheres e a mobilidade urbana são pouco abordados e não se apresentam como temas centrais, o que deve ser um grande ponto de atenção aos eleitores, principalmente para as eleitoras, uma vez que segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o eleitorado feminino no estado do Piauí é de 52%, contra 48% de eleitorado masculino e, infelizmente, o Piauí é um dos estados que concentram grande parte dos casos de violência contra a mulher, pois segundo pesquisa empreendida pela Rede de Observatórios da Segurança, uma mulher é vítima de violência a cada 72 horas no estado.

Por fim, como uma forma de sintetizar o conteúdo do plano de governo analisado, foram criadas nuvens de palavras contendo os termos mais utilizados:

O plano de governo do governador eleito pelo partido dos trabalhadores (PT), Rafael Fonteles, deixa claro que o candidato deseja demonstrar que todos os seus projetos fazem parte de um amplo programa de governo que engloba diversas áreas e que possuem o foco principal na garantia do desenvolvimento do estado, o colocando como um gestor com foco em inovação e desenvolvimento.

Como parte importante de campanhas políticas, os planos de governo devem, ainda que resumidamente, apresentar ao eleitorado quais são as ideias e projetos que o candidato se propõe a defender e a cumprir caso seja eleito, desta forma, tal documento é uma fonte de informações extremamente importante e que servirá para que o eleitor possa escolher os seus candidatos de forma mais coerente com as suas preferências e ao mesmo tempo servirá como um documento base para que todo cidadão, no exercício de sua participação política, possa fiscalizar e cobrar os seus representantes.

*Mestrando em Ciência Política no Programa de Pós-graduação em Ciência Política Universidade Federal do Piauí (PPGCP/UFPI). Bacharel em Ciência Política pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Atualmente desenvolve pesquisa sobre a interação entre atores políticos através do Twitter e sobre as comissões parlamentares de inquérito.

**Mestrando em Ciência Política no Programa de Pós-graduação em Ciência Política da UFPI (PPGCP/UFPI). Bacharel/Licenciado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Pesquisa na linha “Democracia, comportamento político e cidadania”. Especialista em Literatura e Estudos Culturais (UESPI).

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